Líderes internacionais exigiram transparência e não
reconheceram imediatamente o resultado das eleições presidenciais na Venezuela,
divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que apontou a vitória de
Nicolás Maduro, com 51% dos votos. Representantes de EUA e de países da América
e da Europa cobraram a divulgação de todas as atas de votação e a demonstração
detalhada dos votos registrados pelos eleitores no domingo.
O resultado anunciado pelo CNE na madrugada desta segunda-feira, com 80% das
urnas apuradas indicou a reeleição do chavista para um terceiro mandato de seis
anos, com mais de 5,1 milhões de votos, cerca de 51,2%, contra 4,4 milhões, ou
44,2%, obtidos pelo candidato opositor, Edmundo González. A oposição denuncia
não ter tido acesso a 100% das atas de votação, e contesta o resultado final,
apontando que o candidato Edmundo González Urrutia é o verdadeiro vencedor.
O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, expressou desde o Japão
a sua “séria preocupação” de que o resultado eleitoral anunciado na Venezuela
não reflita a vontade do povo. Pouco antes, Blinken havia pedido uma recontagem
“justa e transparente” dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela.
— Agora que a votação foi concluída, é de vital importância que cada voto seja
contado de forma justa e transparente. Apelamos às autoridades eleitorais para
que publiquem a contagem detalhada dos votos (atas) para garantir a
transparência e a prestação de contas — indicou.
O presidente chileno, Gabriel Boric, afirmou que o país não vai reconhecer
nenhum resultado que não seja verificável. Boric disse que os resultados
anunciados pela autoridade eleitoral venezuelana são “difíceis de acreditar” e
também exigiu “total transparência das atas e do processo”.